segunda-feira, 24 de outubro de 2011

FLORESTAS DE EUCALIPTO AVANÇAM PARA O MARANHÃO, MS, TO E PA

CUSTO DA TERRA EM MERCADOS CONSOLIDADOS DIRECIONA INVESTIMENTOS PARA ESTADOS DO CENTRO-OESTE, DO NORTE E DO NORDESTE.


A valorização da terra em mercados consolidados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná transformou os Estados de Mato Grosso do Sul, do Maranhão, do Tocantins e do Pará nas novas fronteiras florestais para o cultivo do eucalipto voltado à indústria.

Dos R$ 5,7 bilhões que as empresas planejam investir até 2015, 90% devem ir para os Estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, segundo a Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas).
Numa comparação entre Estados, a diferença no preço da terra pode encarecer em até R$ 700 milhões o projeto de implantação de um fábrica de celulose -matéria-prima (eucalipto), equipamentos e transportes-, segundo estimativas das empresas.

Enquanto em Mato Grosso do Sul uma unidade com capacidade para 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano custaria R$ 1,8 bilhão, em São Paulo sairia por R$ 2,5 bilhões, afirma Aires Galhardo, diretor florestal da Fibria, uma das maiores do país.

"A formação dessas novas fronteiras florestais foi motivada pelos preços das terras nos outros Estados e por serem regiões ainda não exploradas, onde podemos encontrar preços mais favoráveis", disse Galhardo.
Em Mato Grosso do Sul, a Fibria é proprietária de uma das maiores florestas e vai adquirir mais áreas para ampliação da unidade de celulose em Três Lagoas. Os investimentos industriais devem somar R$ 4 bilhões.

MARANHÃO

No Maranhão, a Suzano Energia Renovável, do grupo Suzano Papel e Celulose, vai investir R$ 1 bilhão na formação de florestas e numa indústria de "pellets" de madeira (pedaços processados de madeira para incineração e geração de energia).

A estimativa da empresa é iniciar a produção em 2014 e gerar 2.700 empregos diretos no Estado. Até lá, a meta da unidade será alcançar 3 milhões de toneladas de "pellets". Atualmente, a Suzano tem 341 mil hectares plantados com eucalipto no país. Para o diretor-executivo da Abraf, César Augusto dos Reis, o baixo preço da terra nos Estados também é favorecido pelo fim da pecuária extensiva. "Os pastos ficaram ociosos e agora estão dando espaço a grandes plantações de eucalipto."

A unidade da Eldorado Brasil que está sendo construída em Três Lagoas terá 210 mil hectares de eucalipto. Atualmente, a empresa só garantiu 70 mil hectares. Os investimentos totais (florestal e industrial) previstos são de R$ 4,8 bilhões.

No Tocantins, a expectativa da Aretins (Associação de Reflorestamento do Tocantins) é atingir 600 mil hectares de eucalipto plantados até 2016. A Jamp, de Dueré (TO), deve quadruplicar a área plantada de eucalipto, hoje em 3.000 mil hectares. Segundo a Abraf, a silvicultura no Brasil obteve valor bruto de produção de R$ 51,8 bilhões em 2010 -recorde histórico. De acordo com a associação, o setor gera 4,5 milhões de empregos diretos e indiretos no país.


Fonte: Folha de S. Paulo

RELATÓRIO DO CÓDIGO FLORESTAL SERÁ LIDO DIA 25 EM DUAS COMISSÕES

 O SENADOR LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA (PMDB-SC), RELATOR DO PROJETO DE REFORMA DO CÓDIGO FLORESTAL (PLC 30/2011) NAS COMISSÕES DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA (CCT) E DE AGRICULTURA (CRA), FARÁ A APRESENTAÇÃO DE SEU RELATÓRIO NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA (25), EM REUNIÃO CONJUNTA DAS DUAS COMISSÕES.



O senador prevê que o texto será votado em ambas, também conjuntamente, no próximo dia 8, seguindo para a Comissão de Meio Ambiente (CMA), antes de ir ao Plenário.

- Com isso, poderemos votar em Plenário antes do fim do mês [novembro], dando um prazo razoável para que a Câmara possa se pronunciar sobre as modificações - afirmou ele.

Requerimento de Luiz Henrique propondo as reuniões conjuntas foi aprovado nesta quarta-feira (19) na CCT e será submetido à CRA, que se reúne na quinta-feira (20). O senador não quis adiantar detalhes sobre seu relatório, mas afirmou que está levando em conta emendas apresentadas pelos senadores e entendimentos com organizações do setor rural, com o governo e com lideranças da Câmara dos Deputados.

Conforme têm afirmado em diversas ocasiões, Luiz Henrique ressaltou que seu voto está sendo preparado em conjunto com o senador Jorge Viana (PT-AC), relator do projeto na CMA. O senador por Santa Catarina afirmou que busca evitar "gestos inúteis", ou seja, a aprovação no Senado de um texto que venha a ser rejeitado pela Câmara ou vetado pela presidente Dilma Rousseff.

- Estamos construindo, o senador Jorge Viana e eu, uma convergência em relação a esse tema tão importante. Os entendimentos que estamos fazendo estão resultando numa grande convergência e acredito que poderemos ter o consenso máximo em relação a essa matéria - disse.

Para a inclusão, no relatório, de mecanismos econômicos e financeiros de incentivo à recuperação e preservação de áreas de preservação permanente (APP) e de reserva legal, Luiz Henrique disse que aguarda entendimentos com o governo federal. Conforme explicou, o aval do Executivo é necessário uma vez que a medida depende de aportes orçamentários.

Fonte: Iara Guimarães Altafin / Agência Senado

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SILVICULTURA E CARVÃO VEGETAL NA VISÃO DE ALGUNS PRODUTORES DE FERO-GUSA DE SETE LAGOAS (VALOR)

Com câmbio desfavorável, com apetite externo reduzido e com custos do carvão e do minério de ferro nas alturas, o setor ficou de cabeça para baixo. E produzir gusa é hoje um negócio duvidoso. "Nos últimos anos, passou a valer mais a pena produzir e vender carvão vegetal do que ferro-gusa", diz Gustavo Paulino, superintendente comercial da Siderpa.

Com os preços do minério de ferro e do carvão nas alturas - muito em função da demanda chinesa -, as margens de ganho dos produtores de gusa despencou. Ferro e carvão são os elementos chave dos guseiros.

Os custos do carvão aumentaram para 65% na fabricação de gusa; os do minério representam 20%, segundo estimativas do setor. Hoje a tonelada do carvão (tipo vegetal) já está em torno dos R$ 300; a de minério, R$ 150.

No fim de 2008, Pontes começou a diversificar seus negócios. Associou-se à BR Malls como minoritário na construção de um shopping (o primeiro e único) em Sete Lagoas. E passou também a investir em reflorestamento.

É o que também fizeram os Paulino, da Siderpa. Formaram uma floresta de eucaliptos de 20 mil hectares em uma área que abrange seis municípios da região centro-norte de Minas. Trata-se de uma fonte valiosa de carvão vegetal. Entre os produtores de gusa de Minas Gerais, uma visão que parece estar se tornando consensual é que se há alguma luz no fim do túnel para os produtores não integrados ela passa necessariamente pela aquisição e formação de florestas para que possa garantir uma fonte sustentável de carvão. O problema é que na época das vacas gordas, muitos acharam que isso não era prioridade. Agora, descapitalizados, quantos poderão fazer investimentos em florestas?

Uma lei estadual sancionada em 2009 estabelece que a partir de 2017 fica proibido o corte de mais de 5% da floresta nativa de cada propriedade para a produção de carvão. "Nós investimos com mais intensidade em floresta desde 2000. Mas ainda se conta nos dedos que tem plantação própria", diz Gustavo Costa Paulino. Com resultados, a Siderpa, segundo ele, atualmente só usa carvão próprio e ainda vende o excedente.

O setor do gusa tem um passado que o condena quando o assunto é carvão. Por décadas se abasteceu de carvão de fontes ilegais, produzidos a partir da derrubada indiscriminada de matas nativas. "Pelo tamanho do parque siderúrgico, Minas sempre consumiu muito carvão, que vem da Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e também do norte de Minas", diz Alison José Coutinho, superintendente do Ibama em Minas Gerais.
E se há ao menos um aspecto positivo relacionado à decadência do ferro-gusa em Minas Gerais, ele aparece nos resultados dos trabalhos de fiscalização da equipe de Coutinho. "Com o setor operando mais lentamente, o consumo de carvão ilegal diminuiu", diz ele. "Quem comprava de fontes clandestinas, passou a comprar de fornecedores legais porque a oferta de carvão aumentou. É uma lei de mercado."

Fonte: Jornal Valor Econômico 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

PROJETO PROPÕE LIBERAÇÃO DE TERRAS PARA ESTRANGEIRO

ATÉ QUATRO MÓDULOS FISCAIS (400 ha) A COMPRA DE IMÓVEIS PODERIA SER FEITA SEM NENHUM TIPO DE AUTORIZAÇÃO PRÉVIA.

A compra e o arrendamento por estrangeiros de terras destinadas a projetos agropecuários, florestais e industriais fica liberada por proposta em discussão no Congresso, na subcomissão de deputados criada para debater restrições a negócios com imóveis rurais no Brasil.

A proposta, defendida pelo presidente da subcomissão, deputado Homero Pereira (PR-MT), suspende restrições à compra e ao arrendamento de terras por pessoas físicas ou empresas estrangeiras desde que os projetos tenham aprovação prévia do governo.

Até quatro módulos fiscais, o que pode corresponder a quatro quilômetros quadrados em alguns municípios do País, a compra de imóveis poderia ser feita sem nenhum tipo de autorização prévia, desde que o imóvel não esteja localizado no bioma Amazônia.

Um dos dispositivos da proposta é considerado próximo de um consenso na subcomissão. E libera os negócios de empresas brasileiras que tenham parte do capital ou a gestão em mãos de estrangeiros. Nesse ponto, a proposta entra em confronto direto com decisão tomada pelo governo em agosto do ano passado, quando parecer da Advocacia-Geral da União mandou aplicar às empresas com controle de capital estrangeiro as mesmas limitações previstas para os estrangeiros.

Desde então, nenhum negócio desse tipo foi registrado no Brasil, segundo informação do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) e da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça.

Limites aos negócios de empresas brasileiras com capital estrangeiro foram estabelecidos no início dos anos 70 e ficaram suspensos a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, por um período de 12 anos, até a publicação do parecer da AGU.

Fonte: O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PORTARIA Nº 174, DE 1º DE OUTUBRO DE 2008

Altera Portaria n. 125, de 1º de julho de 2008, que dispõe sobre o transporte de madeira in natura de florestas plantadas no Estado de Minas Gerais, e dá providências.

(Publicação – Diário do Executivo – “Minas Gerais” – 02/10/2008)

O Vice Diretor Geral do Instituto Estadual de Florestas - IEF, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I do art. 10º do Decreto nº 44.807, de 12 de maio de 2008, e com respaldo na Lei Delegada nº 79, de 29 de janeiro de 2003, com base na Lei nº 2.606 de 05 de janeiro de 1962, alterada pela Lei nº 8.666, de 21 de setembro de 1984,

Resolve:

Art.1º Alterar o artigo 1º da Portaria n. 125, de 1º de julho de 2008, publicada em 02 de julho de 2008 no "MG".

Art.2º. O artigo 1º da Portaria n. 125, de 1º de julho de 2008, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º Fica isento da utilização da Guia de Controle Ambiental - GCA, Selo Ambiental Autorizado - SAA e a Guia de Controle de Consumo - GCC o transporte de produtos e subprodutos florestais in natura,originário de floresta plantada,como eucalipto, pinus, bracatinga e outros especificados pelo IEF.

Parágrafo Único: Considera-se in natura o produto florestal que não sofreu processo de transformação industrial, seja ele físico ou químico, mantendo suas características naturais, tais como,lenha,toras, torretes, moirões, escoras,postes, cavacos etc. "

Art.3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art.4º Revogam-se as disposições em contrário.

Belo Horizonte, aos 1º de outubro de 2008; 220º da Inconfidência Mineira e 187º da Independência do Brasil.

PODRIDÃO DE ESTACAS E MINI-ESTACAS

A podridão de estacas pode ser causada por Cylindrocladium spp., Rhizoctonia solani, Fusarium spp., Botryosphaeria ribis e Colletotrichum sp. Essa doença foi problemática quando se utilizava macroestacas provenientes de macrojardim clonal em condiçõesde campo. Com a evolução dos jardins clonais em campo para os minijardins clonais, tem-se verificado reduções na ocorrência desta doença devido à utilização de soluções nutritivas e fertirrigações sistemáticas, que permitiram melhor estado nutricional das miniestacas em relação às macroestacas e ao uso deareia e substratos inertes no processo de produção em vez de solo,que é fonte de propágulos.Na maioria das vezes, a ocorrência de podridão em miniestacasse deve a desequilíbrios nutricionais e não ao ataque de patógenos. Um nutriente que está bastante associado a estas podridões é o cálcio, quando em deficiência.

O sintoma da podridão é caracterizado por uma lesão escura na base da estaca, a qual progride para o ápice, causando morte das gemas e impedindo o enraizamento. Podem ser encontradas as estruturas dos diferentes patógenos relacionados à doença: frutificações branco-cristalinas de Cylindrocladium, estruturas marrom-avermelhadas de Fusarium, pontuações escuras (picnídios) de B. ribis ou acérvulos de Colletotrichum com ou sem massa alaranjada.

Quando é causada por patógenos, recomenda-se o uso de hipoclorito de sódio e/ou fungicidas nos materiais envolvidos na produção de estacas, ou seja, as estacas, as caixas e os recipientes devem ser tratados, e a casa de vegetação, após um ou dois ciclos, receber tratamento com hipoclorito de sódio e sulfato de cobre. No entanto, se a podridão de miniestacas estiver associada à carência de cálcio, sugere-se a aplicação foliar de cloreto de cálcio na dose de 3 a 5 g/L.

PODRIDÃO DE RAÍZES

Essa doença é comum em condição de má drenagem do substrato, que acaba favorecendo a infecção das raízes por Phytophthora e Pythium.

As raízes morrem, ficando com coloração marrom-escura.

O controle é feito com o uso de substratos leves (baixa densidade dos componentes) e da adequação da irrigação às características físicas do substrato, de modo que estes fiquem bem drenados, sem excesso de água.

O controle químico da podridão de raiz é similar ao controle do tombamento (notícia anterior).

TOMBAMENTO DE MUDAS OU “DAMPING-OFF”

O tombamento é uma doença causada pelos fungos Cylindrocladium candelabrum, C. clavatum, Rhizoctonia solani, Pythium spp., Phytophthora spp. e Fusarium spp. Esses fungos habitam o solo, onde vivem como saprófitasou na forma de estruturas de resistência.

Os propágulos desses fungos são disseminados através da água da chuva ou da irrigação, vento ou partículas de solo aderidas a suplementos agrícolas, sendo que em ambientes com alta umidade favorecem a ocorrência de tombamento. O ataque compromete as sementes em germinação, afetando os tecidos tenros. Ocorre inicialmente no colo da plântula, podendo se estender ao hipocótilo, com aspecto inicial de encharcamento, evoluindo para uma coloração escura, com posterior tombamento e morte da muda.

Em canteiros novos, quando semeados a lanço, é comum a ocorrência da doença em reboleiras. Esse problema pode ser evitado com o uso da semeadura direta em tubetes suspensos. Porém, cabe ressaltar que a água de irrigação e o substrato devem estar livres de inóculos dos patógenos. O uso de brita como material de cobertura do solo do viveiro evita a contaminação. Ainda em relação ao substrato, este deve apresentar boa drenagem. Pode-se usar fungicidas através da água de irrigação ou de pulverizações sobre o substrato e/ou mudas, variando a periodicidade conforme a necessidade. Para o controle de Pythium e Phytophthora,  é recomendável o uso de metalaxyl, e para Rhizoctonia, uma combinação de captan com um ditiocarbamato (maneb, zineb ou thiram). Para Cylindrocladium ou Fusarium, pode-se usar benomyl juntamente com captan ou thiram.


MANCHAS FOLIARES DE CYLINDROCLADIUM

Doença causada pelos fungos do gênero Cylindrocladium, comum em viveiros de mudas e em plantações de eucalipto, porém os danos não são tão consideráveis.

Os sintomas causados pela doença caracterizam-se por manchas de forma e coloração variáveis. Pode ocorrer intensa desfolha, sendo que os brotos não são atingidos, o que favorece a recuperação das plantas.A presença do patógeno pode também ser observada em ramos, na forma de lesões necróticas escuras recobertas por estruturas de coloração esbranquiçada.

Pode-se adotar medidas preventivas em caso de viveiros, onde a ocorrência da doença é comum, através de pulverizações com fungicidas cúpricos ou ditiocarbamatos, alternados com benomyl. No caso de plantios, a sugestão é a utilização de materiais genéticos resistentes.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DOENÇA MOFO CINZENTO - EUCALIPTAL

A doença mofo cinzento é causada pelo patógeno Botrytis cinerea, sendo comumente encontrada em canteiros com alta densidade de mudas (700 mudas/m2), sob condições de alta umidade (acima de 70%) e temperaturas amenas (outono e inverno). Esse patógeno vive saprofitamente no solo e sua disseminação se dá principalmente pelo vento.

Inicialmente, as folhas apresentam-se enroladas, em seguida, secam-se e caem. As partes afetadas apresentam coloração acinzentada (estruturas do patógeno). Por afetar os tecidos jovens da parte aérea das mudas, causa morte do ápice ou mesmo a morte da planta.

O controle é feito através do manejo, como redução da densidade das mudas no viveiro, dosagem correta de adubos nitrogenados e a retirada das folhas infectadas das plantas e as caídas no solo. Além do manejo, o controle químico pode ser feito com pulverização de thiram, manzate, captan, iprodione ou vinclozolin.


DOENÇA DO OÍDIO - EUCALIPTAL

O oídio é causado pelo patógeno Oidium sp. Esse fungo ataca várias espécies de eucalipto em condições de viveiro, casa de vegetação e campo. A espécie mais suscetível a essa doença é o Eucalyptus citriodora.

Os sintomas aparecem principalmente em gemas e brotações, causando deformidade ou morte das mesmas. Esses sintomas são caracterizados pelo recobrimento das partes afetadas por estruturas de coloração esbranquiçada. Em mudas, o ataque sucessivo causa superbrotamento, resultando em mudas de baixa qualidade. No campo, a ocorrência de oídio causa perda da dominância apical, afetando a formação de um fuste reto.

Para o controle da doença em viveiro pode-se fazer aplicação de benomyl mais enxofre molhável. No campo, a doença tende a desaparecer com o desenvolvimento da planta, através da troca da folhagem juvenil pela adulta.



DOENÇA DE CANCRO - EUCALIPTAL

O cancro do eucalipto é uma das doenças mais importantes de ocorrência no campo, causada por várias espécies de fungos, como Cryphonectria cubensis, Valsa ceratosperma - fase sexuada, e Cytospora spp. - fase assexuada e Botryosphaeria ribis. O cancro de Cryphonectria cubensis foi considerado como a principal doença que afetou a cultura do eucalipto no Brasil na década de 70. Trata-se de uma doença de ampla distribuição geográfica, ocorrendo em regiões tropicais do continente americano.

Essa doença é caracterizada pela morte dos tecidos da casca, decorrente da ação de vários agentes abióticos e bióticos. Os sintomas típicos ocorrem em plantios jovens, com até dois anos e caracterizam-se por lesão margeada de calos, com a morte do câmbio e de parte da circunferência do tronco. Trata-se de uma lesão profunda. Os calos são respostas da planta ao patógeno, que impede o anelamento do tronco pela lesão. A presença desses calos indica que a planta não morrerá, pois a lesão encontra-se delimitada pelos calos. O controle recomendado é a utilização de espécies, procedências, progênies ou clones mais resistentes a estes patógenos.

A nutrição das árvores também afeta o desenvolvimento do cancro.



Figura  – Sintomas de Cancro
Foto: Júlio César Valente

terça-feira, 11 de outubro de 2011

DOENÇA DA FERRUGEM - EUCALIPTO

A Ferrugem é causada pelo fungo por Puccinia psidii que, atualmente, têm causado sérios problemas em plantios jovens, viveiros e jardins clonais de Eucalyptus. sendo que O fotoperíodo, temperatura e umidade são fatores condicionantes para a ocorrência da doença. Ataca órgãos tenros (primórdios foliares com seus pecíolos, terminais de galhos e haste principal) e seu indício é o encarquilhamento desses órgãos e sua cobertura por esporulação de coloração amarelo-gema de ovo. Para o controle no campo, o uso de ungicidas para o controle de Puccinia psidii não é economicamente viável. A melhor forma de controle é a seleção de materiais genéticos resistentes. Em viveiros e jardins clonais, o controle de ataques intensos utilizando fungicidas é eficiente, sendo recomendado o uso de mancozeb, oxicloreto de cobre, triadimenol, diniconazole ou triforine.

Figura 2 – Esporos de Puccinia psidii
 Fotografado por: Desmond Ogata

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

RESOLUÇÃO SEMAD Nº 1272, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2011.

Diário do Executivo e Legislativo
18/02/2011

Delega competência aos servidores do Instituto Estadual de Florestas  - IEF para a prática  dos atos que menciona.

O SECRETÁRIO DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III, do §1º, do art. 93, da Constituição do Estado de Minas Gerais, e tendo-se em vista o disposto no artigo 2º, do Decreto Estadual n.º 44.770, de 08 de abril de 2008.

Considerando a necessidade operacional transitória de, até a estruturação definitiva da Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada, manter a continuidade da  expedição dos atos autorizativos abaixo listados, previamente sob a competência do  Instituto Estadual de Florestas - IEF, tal como previsto no art. 12 da Portaria IEF nº 02, de 12  de janeiro de 2009:

1. Manejo Sustentável de vegetação nativa;
2. intervenção eventual e de baixo impacto em área de preservação permanente, nos termos do artigo 11 da Resolução CONAMA 369/06;
3. regularização de Reserva Legal quando não integrada a processo de Licenciamento Ambiental;
4. destoca em área de vegetação nativa;
5. limpeza de área, com aproveitamento econômico do material lenhoso;
6. corte ou aproveitamento de árvores isoladas, vivas ou mortas, realizadas em meio rural;
7. coleta de plantas e produtos da flora nativa;
8. corte ou poda de árvores em meio urbano, quando for o caso.
Considerando, com base nos motivos acima descritos e nos mesmos termos, a necessidade de se continuar a autorizar a queima controlada e emitir Declaração de Colheita e Comercialização -DCC, conforme legislação vigente.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PREVENÇÃO AO ATAQUE DE CUPINS NO EUCALIPTAL

Os danos causados pelos cupins em florestas plantadas, ocorrem desde o plantio até a colheita.

As principais espécies que atacam o Eucalyptus, no Brasil, pertencem às famílias Kalotermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae. Na região Neotropical, as espécies de Eucalyptus apresentam elevada mortalidade nos estádios iniciais do estabelecimento no campo, além de danos em árvores vivas e em cepas, devido ao ataque de cupins. As espécies mais susceptíveis são: E. tereticornis, E. grandis, E. citriodora e E. robusta.

O controle dos cupins pode ser realizado de três maneiras:

a. Aplicação de inseticidas nas covas em pré-plantio. Utilizar inseticidas que tenham como princípios ativos os seguintes componentes: Aldrin, Heptacloro ou Teflutrina. Utilizar aproximadamente 10 g do produto por cova.

b. Tratamento do substrato. Utilizar inseticidas que tenham longo período residual e com os seguintes princípios ativos: Fipronil ou Bifentrina.

c. Imersão das mudas em uma solução contendo o inseticida.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

COMBATE A FORMIGAS

É muito importante fazer o primeiro combate a formigas  antes de iniciar qualquer atividade no local escolhido para plantio.

Dê atenção a todos os formigueiros, pequenos e grandes, localizados dentro da área e também aqueles localizados nas divisas e nas áreas de reservas.

Procure percorrer até 100 metros de distância ao redor das áreas de plantio.

ETAPAS DO COMBATE À FORMIGA

·         Chegada ao formigueiro;
·         Roçar a vegetação quando necessário;
·         Definir os limites do formigueiro;
·         Identificar a espécie de saúva;
·         Verificar ocorrência de tanajura;
·         Medir o formigueiro;


·         Aplicar a isca fornicida (6 a 10g/m²).

ATENÇÃO:

·         Verificar se o formigueiro não foi combatido nos últimos quatro meses;
·         Não combater em dias chuvosos;
·         Combater somente formigueiros ativos;
·         Não tocar a isca com material que exale odor;
·         Proteger a isca da umidade;
·         Proteger a embalagem do calor excessivo;
·         Usar EPI’s recomendados;
·         Não fumar, comer ou beber durante a aplicação da isca formicida;
·         Não tocar a isca com as mãos;
·         Usar colher dosadora para manusear a isca;
·         Não cheirar formicida ou embalagem vazia;
·         Não reutilizar embalagens de formicida;
·         Lavar as mãos e o rosto sempre que utilizar isca formicida;
·         Trocar as roupas após utilizar isca formicida;
·         Coloque o formicida ao lado dos carreadores e em local seco no solo;
·         Se o solo estiver úmido, aplique o formicida em cima de folhas ou casca de árvore;
·         Não aplique formicida nos olheiros com terra solta.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ESCOLHA DA ESPÉCIE DE EUCALIPTO


A definição da espécie a ser plantada é a primeira etapa de um projeto de reflorestamento, levando-se em consideração o objetivo da produção (uso da madeira) e as condições edafoclimáticas (solo e clima) da região. Cada espécie se desenvolve em um ambiente adequado e por isso é indicado, sempre que possível, realizar testes para averiguar a adaptação do material ao ambiente, tanto para sementes quanto para clones. Entretanto, se não for possível a realização de testes, e tampouco houver dados experimentais da região, sugere-se que a escolha do material genético seja feita a partir de procedências cujas condições de origem sejam semelhantes ao local do plantio, sobretudo latitude, altitude, temperatura média anual, precipitação média anual, déficit hídrico e tipos de solos.

O mercado consumidor é um aspecto fundamental durante o planejamento do projeto de reflorestamento. É importante conhecer as exigências do mercado quanto à característica do produto, assim como as técnicas que otimizam a relação custo/benefício. A obtenção de maior retorno econômico depende da escolha adequada da espécie. Ainda sobre mercado consumidor, sugere-se que sejam avaliadas as distâncias entre a área de plantio e as unidades de beneficiamento ou utilização, pois o custo de transporte é um dos componentes mais caros do preço da madeira.

Abaixo segue uma relação de espécies de eucalipto indicadas em função dos usos, do solo e do clima.

Espécies de eucalipto indicadas em função do uso:

Celulose: E. alba, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. saligna, E. urophylla e E. grandis x E. urophylla (híbrido).
Lenha e carvão: E. brassiana, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. deglupta, E. exserta, E. globulus, E. grandis, E. maculata, E. paniculata, E. pellita, E. pilularis, E. saligna, E. tereticornis, E. tesselaris e E. urophylla.
Serraria: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. punctata, E. resinifera, E. robusta, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla.
Móveis: E. camaldulensis, E. citriodora, E. deglupta, E. dunnii, E. exserta, E. grandis, E. maculata, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. resinifera, E. saligna e E. tereticornis.
Laminação: E. botryoides, E. dunnii, E. grandis, E. maculata, E. microcorys, E. pilularis, E. robusta, E. saligna e E. tereticornis.
Caixotaria: E. dunnii, E. grandis, E. pilularis e E. resinifera.
Construções: E. alba, E. botryoides, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. deglupta, E. maculata, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. resinifera, E. robusta, E. tereticornis e E. tesselaris.
Dormentes: E. botryoides, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. deglupta, E. exserta, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. punctata, E. robusta e E. tereticornis.
Postes: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. punctata, E. propinqua, E. tereticornis e E. resinifera.
Estacas e moirões: E. citriodora, E. maculata e E. paniculata.
Óleos essenciais: E. camaldulensis, E. citriodora, E. exserta, E. globulus, E. smithii e E. tereticornis.
Taninos: E. camaldulensis, E. citriodora, E. maculata, E. paniculata e E. smithii.

Espécies de eucalipto indicadas em função do clima:

• Úmido e quente: E. camaldulensis, E. deglupta, E. robusta, E. tereticornis e E. urophylla.
• Úmido e frio: E. botryoides, E. deanei, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. maidenii, E. paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. resinifera, E. robusta, E. saligna e E. viminalis.
Subúmido úmido: E. citriodora, E. grandis, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla.
Subúmido seco: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. maculata, E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. tereticornis e E. urophylla.
Semiárido: E. brassiana, E. camaldulensis, E. crebra, E. exserta, E. tereticornis e E. tessalaris.
Espécies de eucalipto indicadas em função do solo:
Argilosos: E. citriodora, E. cloeziana, E. dunnii, E. grandis, E. maculata, E. paniculata E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. saligna, e E. urophylla.
Textura média: E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. exserta, E. grandis, E. maculata, E. paniculata, E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla.
Arenosos: E. brassiana, E. camaldulensis, E. deanei, E. dunnii, E. grandis, E. robusta E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla.
Hidromórficos: E. robusta.
• Distróficos: E. alba, E. camaldulensis, E. grandis, E. maculata, E. paniculata, E. pyrocarpa e E. propinqua.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

PRODUÇÃO DE MUDAS DE EUCALIPTO É INSUFICIENTE

Belo Horizonte - Safra dos próximos dois anos está praticamente vendida. Ágio do milheiro sobe. As empresas mineiras que produzem mudas de eucalipto para uso próprio ou para projetos de reflorestamento deverão plantar ou comercializar 280 milhões de unidades até dezembro mas, a despeito dessa elevada produção, a maior já ocorrida no estado, não há mercadoria suficiente para atender á demanda.
"Recentemente, tivemos um inesperado excedente de 300 mil mudas, em decorrência de aumento de produtividade em nosso viveiro e os compradores pagaram até R$ 400 pelo milheiro, mesmo sabendo que nosso custo de produção é bem inferior a R$ 200. Ninguém questionou o preço", revelou o diretor da Celulose Nipo-Brasileira S.A (Cenibra), Germano Aguiar, que é também presidente da Associação Mineira de Silvicultura. Minas responde por 70% do consumo brasileiro de eucalipto.
A situação não é diferente na Plantar S.A., que é a maior empresa independente de produção de mudas do país. Seus dois viveiros - em Curvelo (MG) e outro em Teixeira de Freitas (BA) -, produzem 45 milhões anuais de plantas, cuja safra dos próximos dois anos está praticamente vendida. Como a produção se revelou insuficiente até para atender aos clientes tradicionais, que são basicamente as siderúrgicas e fábricas de celulose, a empresa iniciou em novembro a construção de um terceiro viveiro, em Itumbiara (GO), que deverá produzir mais 15 milhões de mudas a partir de 2006.
Naquele estado, a produção deverá atender, basicamente, a grandes agroindústrias como a Perdigão e Cargill, que pretendem substituir o óleo combustível pela lenha nos fornos de secagem de grãos. Segundo o diretor comercial da Plantar, Marcelo Corrêa, os sucessivos aumentos nos preços internacionais fizeram do petróleo um combustível quatro vezes mais caro que a madeira.
A reflorestadora mineira irá investir R$ 16 milhões no projeto e tem a expectativa de administrar as florestas dos clientes, como já ocorre em Minas e Espírito Santo.
A impressionante demanda de eucalipto em Minas Gerais exige o plantio de uma área anual superior três mil quilômetros quadrados, que corresponde à soma dos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro e mais a baía de Guanabara. A produção é utilizada como insubstituível insumo na fábrica de celulose da Cenibra, que produz 1 milhão de toneladas anuais. E, ainda, na produção do ferro gusa, que desemboca no aço. Uma tonelada de ferro é obtida num alto forno, através da mistura de carvão vegetal e minério de ferro, em partes praticamente iguais.
Em 2004, o preço internacional do ferro gusa disparou, superando US$ 300 a tonelada e com a China adquirindo todo o produto disponível no mundo. Comenta-se que na época, em Minas, quase tudo foi utilizado para fabricar carvão, provavelmente até cabo de vassoura. Naqueles meses, o metro cúbico carvão alcançou R$ 140 e quando não houve mais madeira disponível no estado, os guseiros foram buscá-la em Mato Grosso e até no Pará. Consumidores em pânico, chegaram a realizar importação experimental de madeira do Uruguai e da Argentina.
A queda no comércio internacional de ferro-gusa, registrada nos últimos meses, não inibiu, porém o plantio de florestas. A atividade está em pleno vapor, segundo Marcelo Correa, não somente devido ao aparecimento de novos consumidores, como a agroindústria mas, sobretudo, pelo déficit crônico na produção de eucalipto para atender ao enorme consumo anual de madeira.
Segundo informou o dirigente, com a extinção do programa de incentivo fiscal para reflorestamento, nos anos 80, houve negligência na atividade. "Sem apoio oficial, muitas empresas se afastaram do ramo. Agora corremos o risco de não dispor de madeira dentro de três anos. Será o apagão florestal, semelhante ao que aconteceu com a energia elétrica", advertiu.
A produção de mudas em escala industrial é uma atividade complexa e exige um demorado processo seletivo entre as melhores árvores, das quais são retirados clones que por sua vez são plantadas em gigantescos viveiros. A operação entre a escolha do clone e a entrega da muda demora mais de 60 dias e inclui até a aclimatação da planta em terreno semelhante ao do seu comprador. Nas instalações da Plantar, em Goiás, irão trabalhar 300 funcionários, além de outras 700 pessoas que, de alguma forma estarão ligadas ao empreendimento. O eucalipto estará pronto para o abate somente sete anos após o plantio.
Indústrias de grande porte como a Cenibra ou siderúrgicas como a Belgo Mineira, possuem florestas próprias, que alimentam em todo ou em parte os seus altos fornos. Outros, como a Acesita, estão substituindo seus fornos movidos a carvão mineral pelo vegetal, que é mais barato e produzido aqui mesmo no País.
Nos últimos anos, porém, todas elas estão transferindo parte da produção de eucalipto para fazendeiros, iniciativa tem o objetivo de evitar grandes imobilizações patrimoniais em terras.
Estatísticas da Secretaria Estadual da Fazenda revelam que os municípios cobertos com eucalipto no Vale do Jequitinhonha apresentam receita fiscal superior aos dos vizinhos que vivem exclusivamente da pecuária extensiva. Essas contas foram feitas também pelos fazendeiros que aderiram ao programa denominado Fazendeiro Florestal, com objetivo de criar alternativa de renda para seus vizinhos.
Bom negócio
Durante esse tempo, desde 1967, quando o eucalipto começou a ser plantado em escala industrial, que as florestas se revelaram negócio mais rentável que a criação de rebanhos. Segundo estudos realizados para Plantar pelo Instituto FNP, o eucalipto tem uma rentabilidade de R$ 1 mil por hectare ao ano, enquanto a pecuária de corte oferece R$ 120; a cana rende R$ 700; a soja R$ 200 e o milho R$ 130. "Além disso, o eucalipto não tem sazonalidade. Com novas tecnologias de muda, preparo de solo e de cultivo, o plantio e a colheita acontecem 365 dias por ano", informa Marcelo Corrêa.
Não há no horizonte, sinais de redução do consumo de madeira, mas a ampliação da produção de mudas depende de encomendas firmes, como lembra Aguiar. Ao sair do viveiro ela sobreviverá durante apenas 90 dias, caso não seja plantada e por isso o fornecimento atende prioritariamente aos grandes consumidores e aos seus programas de reflorestamento. Esta é a dificuldade desse mercado que sofre a interferência das pequenas e numerosas usinas independentes de ferro-gusa, com mais de 100 fornos no estado, que são ligados ou desligados de acordo com a demanda internacional.
Quando os guseiros aparecem com seus caminhões nas fazendas e suas ofertas elevadas, as regras são quebradas, desorganizando o mercado. Um dia parado numa fábrica de celulose, por falta de madeira, pode representar o prejuízo de US$ 1 milhão.
kicker: Carvão vegetal é mais barato e substitui óleo combustível usado em fornos de secagem de grãos de indústrias como Cargill e Perdigão.
Por: Gazeta Mercantil / Finanças & Mercados - Pág. 12 - Durval Guimarães